Reedição "Areia até ao Nariz"


Objectivo: Reedição do passeio do Trail Aventura “Areia até ao Nariz”, só com Maxi-Trails;
Data: 23, 24 e 25 de Abril;
Local: Figueira da Foz; Gala, São Pedro de Moel;
Participantes: Carlos Begonha, João Coimbra e Pedro Carrilho;
Motas: 3 Africa Twin;
Regime: Low-cost.

DIA 22 DE ABRIL (Dia de Véspera)


Eu e o Carrilho combinamos com o João Coimbra, ir ter com ele à Figueira da Foz, visto ele ter oferecido a casa dos pais para a nossa estadia. Assim sim… Regime mesmo Low-cost. Sempre deu para poupar uns troquitos.
Segundo o Carrilho, teríamos de estar por volta das 22:30 na Figueira, para o João nos acolher. Não podíamos chegar mais cedo porque o João iria jantar com a família nesse dia, e não sabia se conseguiria estar antes dessa hora na Figueira.
Combinamos arrancar do Porto por volta das 20h, mas pelos nossos pequenos atrasos habituais, lá arrancamos (ainda para abastecer a mota), por voltas das 21h. Depois de termos abastecido as motas, nem estávamos muito atrasados, pensava eu. Afinal ainda tivemos que mexer no kit de transmissão e voltar a casa do Carrilho porque este senhor, tinha-se esquecido de trazer os documentos.
Seguimos rumo á Figueira. A viagem foi feita debaixo de alguma chuva, pórticos de portagem, cafeína e muita tranquilidade. Sempre acompanhados cada um pela sua banda sonora, ou seja, MP3.
Por volta da uma da manhã chegávamos a casa do João, não sem termos dado primeiro umas voltitas de meia-noite pela Figueira (ou seja estávamos perdidos). Finalmente chegados a casa do João.

DIA 23 DE ABRIL (1º dia de areia)
            08h da manhã, dois telemóveis a tocar e o João a bater a porta. Segundo ele pensava que nos iríamos despachar, para irmos andar para a areia. Com algum sono lá despertamos e preparamo-nos para o que aí vinha, passando antes por um café para tomar o pequeno-almoço.
            Passado pouco tempo, estávamos no início do track, cedido pelo Pedro B.C., e o Filipe Elias, mesmo em frente ao Parque de Campismo da Gala. Cumprimentamo-nos e entre uns “estamos aqui para nos divertirmos” e “desde que ninguém se magoe” começamos.


Desde o inicio do track, até à primeira subida, correu tudo bem. Depois de alguns atolanços logo na primeira subido seguimos pelo track e sempre a enrolar punho, até que, já depois de atravessarmos a estrada de alcatrão, surge a primeira queda, claro, vindo de minha parte. Ora depois da primeira queda da nossa aventura, seguimos quase sem quedas e atolanços até à subida do gasoduto. 
O primeiro foi o Carrilho, depois o Coimbra, a seguir o Coimbra, mais um tentativa do Coimbra, depois chegou a minha vez e por último, outra vez o Coimbra. Mas não se enganem, que apesar do nome do Coimbra aparecer enumeras vezes, não significa que ele tenha subido todas as vezes… Pelo menos duas queditas no mesmo sítio e um atolanço foram contabilizadas na conta do Coimbra.

Uma vez a subida feitas por todos, resolvemos que seria bem pensado ir dar ao dente. A meio do caminho a atravessar uma ribanceira com alguma lama, alguém fica atolado.
 Quem mais seria??? João Coimbra… Castigo? Banho de beleza, para o menino Coimbra. Banho tomado e mota desatolada seguimos em direcção a Leirosa para o nosso almoço. Uma bifanita que nos soube pela vida. No final do almoço arrancamos com algum “show” para os habitantes que passavam e ali ficavam pelo café a admirar as nossas meninas.

Continuamos a nossa aventura entre areia e à espera de notícias do João Marques para este vir andar um bocado connosco. Com alguns telefonemas, marcou-se um local de encontro, Parque de Campismo de Pedrógão e nós os três (eu Carrilho e Coimbra) decidimos interromper o track, devido a algum cansaço e também para irmos ter com o João Marques. 15 minutinhos de espera e muitas tentativas de diagnóstico para o barulho que a menina do Carrilho estava a fazer. Tudo indicava ser do kit de transmissão, e a má notícia foi confirmada já pelo João Marques.                                
Já com o Carrilho um bocado mais tranquilizado, seguimos todos atrás do João Marques algures entre Pedrógão e Vieira, prontos para novas aventuras. Fizemos um bocadito de alcatrão mas logo de seguida deparamo-nos com uma subidita engraçada (pertoda Ponte de Vieira).

O azar também bateu à porta do João Marques, e também a Africa Twin dele começou a fazer um barulho… Era o apoio do escape partido, limitando assim a nossa aventura com ele. Conversa puxa conversa, sendo referido as famosas dunas do Poço do Inglês. Vai daí O joão Marques nos ter levado a uma mini, mini duna, para subirmos.
                
            Chegados ao sítio pretendido, encostamos as motas e eu e o Carrilho preparamos as Go-Pro na mota dele, visto que ele queria tentar subir. Correu tudo bem. O Coimbra não quis ficar atrás e também ele foi tentar subir.

               Com esta pequena duna o nossa aventura neste primeiro dia acabava


De seguida, fizemos uns quantos quilometros para regressar a casa. Fomos tomar um banhito e fomos às compras para o jantar,  o almoço e o jantar do dia a seguir.


DIA 24 DE ABRIL (2º dia de areia)
            Para variar o dia começou cedo uma vez mais. Fizemos logo pela manhã bastante alcatrão para conseguirmos retomar o track, no ponto onde tínhamos deixado de fazer para ir ter com o João. Objectivo deste nosso 2º dia. Concluirmos o track e chegarmos ao Poço do Inglês.
Custou começar, visto estarmos um bocado cansados do dia anterior, e sobretudo o Carrilho desanimado com a notícia do kit de transmissão, mas para abrir o apetite começamos em boas rectas com areia. O João ia a liderar, logo de seguido por mim, e por último o Carrilho. Ainda fizemos uns bons quilómetros só de areia. Ainda nos cruzamos com duas “quads” e um cabra, que ali estariam com a mesma intenção que nós. Divertirmo-nos um bocado com as nossas meninas na areia.

            Íamos na direcção da Praia da Viera, passando por Pedrógão, continuávamos com boas rectas em areia mas desta vez com algumas pedras manhosas e muito cascalho. Alguns, com mais consciência (eu e Carrilho) fizemos essas rectas com algum cuidado para não termos surpresas desagradáveis, como pneus furados, enquanto outros (Coimbra) fizeram essas rectas como se não houvesse amanhã. Correu tudo bem. Passamos a Praia da Vieira, já íamos com alguma pica, atravessamos umas matas (as quais eu não sei o nome), perto da Praia da Vieira. Aí o piso, era menos areia, mas sim mais terra, raízes, e muitos declives antecipados com lombas. Foi aí que almoçamos. Forçosamente, visto que o Coimbra, com todo o entusiasmo, neste piso bastante irregular, resolver perder a Top Case. Bem que não lhe faltaram avisos, de quem vai para o monte com Top Case, normalmente, não acaba bem. Melhor dizendo, não acaba com a Top em cima da burra.
            Visto que estávamos ali parados, e o sítio convidava a tirar umas boas fotos, e uns bons vídeos, aproveitamos e fizemos uma pequena grande produção.

                Já com o estomago forrado, e com algumas boas fotos e bons vídeos, fizemo-nos à vida, para aquilo que eu considero ter sido o mais duro da nossa aventura. Alguns bons quilometros com grandes rectas de areia, com montes de subidas e descidas complicadas e por vezes com algunas árvores no meio do caminho. Foi a etapa mais dura porque a areia estava extremamente seca e muito solta, sem sítios com sombras que pudessemos aproveitar, já com falta de água nos Camels Backs e para não variar a acompanhar uma série de quedas e atolanços. O final dessa etapa, já era nossa conhecida. No momento eu e o Coimbra não demos conta desse promenor, devido ao nosso cansaço. Foi preciso o Carrilho comentar isso connosco.


Visto não termos água nos Camels, e estarmos completamente arriados, foi de concensso comum irmos até à Terriola mais próxima e lancahrmos qualquer coisa, re-abastecermo-nos de água e recompor as nossas forças. Essa terra tinha o nome de Pilado, e o café com o nome de Café Piladense.



Já recuperados da fadiga e com o nosso stock de água reabastecido resolvemos voltar ao caminho. Mais uns minutinhos de alcatrão, até chegarmos ao ponto onde tínhamos ficado. Preparamos e ligamos as câmaras e rodamos punho, entre areia, terra, raízes e poças de lama, até chegarmos ao grande objectivo: o Poço do Inglês.
                E por falar em lama, dou-vos um conselho. Sempre que virem duas poças de lama, que mais parecem uma piscina olímpica, cheia de lama e água parada com um cheiro semelhante a azeitonas podres, não tentem passar lá. O Coimbra achou por bem tentar fazer o lamaçal e o resultado não foi bom… Quase meia hora perdida nesse sítio e o pior de tudo, foi termos de entrar na poça com um cheiro horroroso e ficarmos entranhados com esse odor. Com este “obstáculo”, tivemos que navegar um bocado em azimute.


                Entrando outra vez na rota certa do track, chegamos a uma parte digna de paisagem de uma etapa no Dakar. Uma só recta com dunas, com uns bons metros de altura, descidas a pique, troncos no meio do caminho. Andar de mota na areia já por si requer um esforço físico grande, mas esse esforço é maior ainda quando temos que tirar dois pinheiros do nosso caminho. E acho que por vezes esse esforço físico afecta a mente das pessoas. Digo isto porque foi neste momento do dia que o Carrilho resolveu fazer uma asneirada tremenda. Ao ver a mota do Coimbra caída num arbusto, o Carrilho numa tentativa de ir ajudar, não muito inteligente, na mesma subida em areia, a mota do Carrilho fugiu, ele conseguiu controlar com a ajuda do pé direito, mas entretanto o pé não consegue evitar a mota do Coimbra. Resultado, um dedo do pé direito do Carrilho, negro. Podia ter acabado de maneira diferente, mas felizmente que tudo correu bem.




Depois do susto, rumamos até ao poço do Inglês. Quando lá chegamos, para variar, foi uma coisa nunca antes vista. Toda a extensão do poço sem rastos nem marcas nem pegadas de nada. Quase que dava para ter a sensação de sermos uns exploradores entusiasmados com a descoberta de um novo local sagrado para as nossas meninas. Visto não termos ninguém no Poço, aproveitamos e andamos a brincar em bocadinho. Acabado o recreio, resolvemos que íamos subir o Poço custe o que custasse. A vontade era muita, mas todas as motas têm limitações, e a limitação da nossa é não conseguir subir o Poço, por isso fomos os três a pé. A subida custou mas fez-se…


                As vistas lá de cima eram, sem dúvida alguma, fantásticas.                




Foi com estas paisagens divinais que o nosso passeio terminou.
Ainda íamos aproveitar a Segunda-feira, 25 de Abril, para andarmos com o João Marques e mais um bocado, mas devido ao dedo dorido do Carrilho decidimos vir embora, por isso as nossas desculpas ao João Marques por não termos conseguido andar com ele.
              



Em resumo, foi aventura excelente, e deu para tirar a prova dos nove de que as nossas meninas (Africa Twin) portam-se lindamente tanto em terra, como areia, como em Alcatrão.
                
Um especial obrigado ao Carrilho e ao Coimbra, por toda a camaradagem que existiu nesta nossa aventura. 













Texto:Carlos Begonha

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